domingo, 25 de agosto de 2013

BUZO, POESIA E SOL NO SARAU DA CASA AMARELA



Alessandro Buzo: salve, simpatia! (foto: arquivo S. Kimura/A. Yamasaki)

- Nossa, você não trocou de camiseta?
- Víxi, esqueci!
- E hoje fez o maior sol, o maior calor!...
Foi este o primeiro diálogo que travei com a musa assim que a encontrei no metrô Carrão, agora há pouco.
Passei o domingo tão tomado pelo Sarau da Casa Amarela, acontecido há poucas horas atrás, que acabei esquecendo de fazer coisas básicas, almoçar, por exemplo. Ah, e também de trocar a camiseta que coloquei cedo e acabou ficando no corpo até agora. Quando a deixei no metrô Itaquera por volta das 11 da manhã para ir ao trabalho, ela me recomendou “troca essa camiseta antes de ir para a Casa Amarela”, e eu prometi – juro! – sem fazer figa. Mas o esquecimento é a arma que usei como desculpa, pois apenas voltei pra casa, imprimi algumas coisas, dei um beijo em meu filho e... zás!, sartei de banda para a CA. A camiseta que iria usar no evento ficou estendida sobre a cama.
Então, salvo o “Pô, assim você me envergonha”, que ela soltou assim que entrou no carro, acho que tô perdoado. Acho...
Tudo tem explicação. O Sarau da Casa Amarela, coordenado por Akira Yamasaki, teve como atração do mês de agosto o escritor, apresentador e cineasta Alessandro Buzo. Autor de mais de 10 livros, entre próprios e coletâneas, criador da livraria Suburbano Convicto (especializada em escritores e cantores à margem da grande mídia) e do sarau homônimo (que agora tem filial, na Uninove), editor do Boletim do Kaos, periódico dedicado à cultura hip-hop e seus desdobramentos, diretor do filme e autor do livro Profissão MC, que tem como protagonista o rapper Criolo, Buzo é incansável. Inspirado. Articulado. Dedicado.
Tudo isso pode ser comprovado hoje, in loco, durante a hora em que contou passagens hilárias, emocionantes e providenciais sobre uma história que tinha tudo para ser mais uma de alguém que só teria a reclamar. Mas ele resolveu protagonizar suas ações e tornou-se sujeito de sua história. Lembrou o abandono do pai aos dez anos mas, faz treze que descobriu o prazer ser um pai presente, na vida de seu filho. Tinha uma história nas mãos, a experiência de tomar trem lotado todos os dias. Transformou-a em um livro que retrata a realidade que vivera até ali. E que o levou para outros livros, outras histórias e outras conquistas. Depois, correu para os autógrafos, que não foram poucos.
Depois que o microfone voltou para o mestre de cerimônias, sucederam-no os poetas Gilberto Braz, o pequeno Gabriel Henrique (neto dos onipresentes Éder Lima e Lígia Regina), o grupo Armamentes (Binho na voz e Everton no violão), de São Mateus; Cida Sarraf, vinda da Vila Maria;Yuri Cortez (que depois fechou a festa com um concerto em viola caipira, “Sinfonia do Nego”, em homenagem ao pai), saído de centro de Sampa; Éder Lima e Lígia Regina, de Gaurulhos; João Caetano do Nascimento, Rafael Carnevalli e este escriba.
Sob a batuta segura de Akira, a produção sem reparos de Big Charlie, Sueli Kimura, Célia Yamasaki e Carlos Scalla, o apoio de Manogon e mais a participação atenta do público presente, a 16ª edição do Sarau da CA foi mais um gol de placa. Pontos para todos. Pois como disse Buzo no início de sua apresentação, “conquistei minhas coisas na humildade e com muita sinceridade, só poderia dar certo”. Deu certo, para todos nós. E se ele contou histórias, riu, declamou, distribuiu fatos e ofertou sua experiência, quem entendeu o recado, saiu do sarau com a certeza de que é possível fazer mais se reclamarmos menos. Eu, no caso.
A "foto oficial" do Sarau da CA (foto Célia Yamasaki)

Rafael Carnevalli, poesia e performance (foto: arquivo pessoal A.Yamasaki/S.Kimura)

Público do 16º Sarau da CA (foto: arquivo S.Kimura/A.Yamasaki
João Caetano do Nascimento, poesia lúcida e transbordante (foto Célia Yamasaki)

Artementes: de S. Mateus para S. Miguel (foto: arquivo S.Kimura/A.Yamasaki)

Público atento (foto: arquivo pessoal A. Yamasaki/S. Kimura)
Histórias buzianas (foto Célia Yamasaki)
Eder Lima e Lígia Regina: multitalentos (foto Célia Yamasaki)
Yuri Cortez: avis rara (foto Célia Yamasaki)


Buzo autografando (foto: arquivo S.Kimura/A.Yamasaki)

Inês, Lígia e Buzo: pausa e pose pras fotos (foto: arquivo S.Kimura/A.Yamasaki)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Avaliação pelos professores participantes do workshop Estar Bem EMEF Maestro Alex




EMEF PROFESSOR MAESTRO ALEX MARTINS COSTA

AVALIAÇÃO
VIVÊNCIA REFLEXIVA – ESTAR BEM (CASA AMARELA – IPEDESH)

REUNIÃO PEDAGÓGICA – 03.08.2013


Durante a reunião pedagógica de 03.07.2013 foram realizadas duas atividades:
1.    Oficina de Pa Tuan Chin e degustação de alimentos funcionais
2.    Oficina de Motivação para Professores


Vinte e dois participantes avaliaram a atividade


Questão 1. Como você avalia a vivência – ESTAR BEM (Casa Amarela) na reunião pedagógica? ( ) Ruim  ( ) Regular  ( ) Boa   ( ) Muito Boa    ( ) Ótimo

RESPOSTAS:
( 2 ) BOA                  ( 5 ) MUITO BOA                 ( 15 ) ÓTIMA


Justifique, numa frase, o que ficou com você desta vivência


ü  “Gostei do Tofu (patê) e das reflexões sobre mitologia”

ü  “A interação entre quase todos. Muito bom”

ü  “É preciso buscar um ponto de equilíbrio e bem estar entre corpo e alma”

ü  “Prazeroso”, “Criatividade”, “relaxamento”, “animação e alegria”

ü  “Descoberta, despertar, união e interação”

ü  “É possível fazer algo novo, basta ter disposição para isso”

ü  “É preciso fazer meditação, é preciso desligar-se dos problemas – dos nossos e dos que nos apresentam – para podermos seguir”

ü  “Uma experiência diferente”

ü  “Embora o equilíbrio seja difícil de ser conseguido, devemos nos empenhar para alcançá-lo”

ü  “Conhecimento e reflexão de nós mesmos”

ü  “A importância do equilíbrio”

ü  ”A necessidade de nos preocuparmos com nosso “eu” completo”.

ü  “Busca de equilíbrio na vida”

ü  “A harmonia e a interação entre toda a equipe escolar”

ü  “Quando estamos bem tudo melhora”

ü  “Somos seres com uma gama de sentimentos, anseios, temores e ainda capazes de entrar numa roda de dança e viver um momento de alegria e prazer”

ü  “Momentos de reflexão são orientadores para prosseguirmos a caminhada”

ü  “Oportunidade de refletir sobre minha personalidade com distanciamento”

ü  “Existe dentro de cada um, um pouquinho de cada deus da mitologia grega”



Questão 2. Como você relaciona o autoconhecimento, bem estar do Professor e a gestão do processo de ensino e aprendizagem?


ü  “Se o professor está bem consigo mesmo, se está bem com o seu trabalho, se está motivado, sente-se valorizado, se percebe que pode contar com o respaldo de que precisa para desenvolver bem o seu trabalho, se vê sentido e resultado no que está fazendo, então a junção de tudo isso terá tudo a ver e proporcionará satisfação para todos.”

ü  “Estar bem é se conhecer e ser fiel ao que sente e faz. O resto é reflexo”.

ü  “Reflexão sobre você e o outro, olhar para o seu interior frente as situações e conflitos e repensar outras formas de solução”.

ü  “É preciso que os seguimentos caminhem juntos, para promover as melhorias principalmente no processo de ensino e aprendizagem”.

ü  “Quando o professor está bem consigo mesmo, se conhece e sabe o que quer, trabalha melhor, mais confiante”.

ü  “Quanto melhor você está, melhor é a aula”.

ü  “O professor quando está com o corpo e a mente tranqüilos, trabalha e desenvolve melhor”.

ü  “Todos estão estritamente ligados”

ü  “Para um bom trabalho com o aluno é importante que nos conheçamos e que estejamos bem conosco mesmo”.

ü  “O professor precisa estar bem, em harmonia para poder lidar com as situações conflitantes do dia  a dia , em sala de aula, ele se autoconhecendo saberá separar, o que é pessoal do que é profissional, é necessário equilíbrio”.

ü  “Hoje está complicado a gestão do processo de ensino e aprendizagem, sinto uma sobrecarga, e vejo que é geral, nas escolas. E precisamos mesmo nos preocupar com o nosso bem estar e fazer mudanças”.

ü  “Para realizarmos atividades que obtenham sucesso, necessitamos estar bem, ou seja,  conhecermos o nosso “eu”

ü  “Quando nós estamos bem em todos os aspectos,  temos mais condições de apresentar isto aos educandos”.

ü  “De grande importância, pois através do bem estar e conhecimento, podemos melhorar o processo de ensino e aprendizagem”.

ü  “O Professor psíquico, emocional e socialmente equilibrado, relaxado, trabalhando em um lugar onde há respeito e amizade entre os pares e gestores, proporciona o bem-estar e disposição ao trabalho e, consequentemente, o processo de ensino e aprendizagem se desenvolve mais satisfatório e produtivo”.

ü  “Quando estamos bem conosco mesmos, o trabalho flui muito melhor, pois temos mais prazer e com isso, tudo que está ao seu redor tem mais sentido”.

ü  “O bem estar do corpo, da mente e do espírito contribui para o bom desenvolvimento do trabalho do educador, já que lidamos diretamente com seres que estão em fase de formação”.

ü  “Fundamental, a felicidade, é o resultado do “Bem Estar”.

ü  “À medida que há o autoconhecimento, é possível estabelecer vínculos de convivência, resolução de problemas na arte diária do conviver”.

ü  “Oportunidade de crescimento e melhoria na vida particular e no profissional”.

ü  “As atividades proporcionaram aos professores, união, entrosamento, dinamismo e uma leveza na participação, levando todos a participar com motivação e bem estar”.

ü  “Ser professor envolve atividades e vivências de desgaste físico e emocional, que podem ocasionar situações de baixa auto-estima, sendo assim, o autoconhecimento pode ser um auxilio no sentido de elevação da auto-estima e melhor conhecimento ou compreensão do semelhante, algo que está implicado no processo de ensino e aprendizagem”.



3. Você gostaria que houvesse a continuidade e aprofundamento desta temática e vivência na escola?


(  21  )  SIM     ( 0  ) NÃO    ( 1 ) em branco


POR QUÊ?

ü  “Tudo que é diferente da rotina ajuda. A novidade oferece oportunidade de reflexão e aprendizagem”.

ü   “É importante utilizar outros caminhos para que possamos ter uma melhor qualidade de vida”.

ü  “Nos ajuda a ter idéias de como intervir junto aos alunos para melhorar o mundo”.

ü  “O bem estar é algo importante para um melhor viver”.

ü  “Práticas diferenciadas são mais produtivas”.

ü  “Exatamente para o aprofundamento de nosso autoconhecimento”.

ü  “Porque achei divertido, interessante e menos entediante”.

ü  “Com a correria do dia a dia muitas vezes esquecemos de cuidar de nós mesmos, é sempre bom estar despertando a importância do nosso bem estar”.

ü  “Porque proporciona conhecimento sobre si mesmo”.

ü  “A escola é onde passamos a maior parte do nosso tempo...”.

ü  “Por auto-estima e bem estar”.

ü  “Para Aperfeiçoamento”.

ü  “Porque essa temática nos ajuda a ter um olhar mais sensível, aumentando nosso bem estar”.

ü  “Para o nosso próprio bem estar”.

ü  “Porque o ser humano precisa desse encontro para que a vida tenha um sentido mais leve”.

ü  “Considero importante para a convivência e bem estar do grupo”.

ü  “Assuntos interessantes que gostaria de conhecer mais!”

ü  “Eleva a motivação do grupo. O que é essencial”.

ü  “Na medida em que se trabalha visando o bem estar, e este se relaciona diretamente com a qualidade de vida, em seus mais diversos aspectos, pode-se contribuir para um melhor desempenho no ambiente de trabalho, de um modo geral”.





Inês Santos
Coordenadora Pedagógica




sábado, 3 de agosto de 2013

"Estar Bem" da Casa Amarela visita escola Profº Alex Martins Costa


Prática curta de meditação, conduzida pela naturóloga Andréa Ferraz Campos (foto: arquivo de S.Kimura/C.Yamasaki)

A manhã do sábado ainda tinha uma fina penugem de frio quando acordei, atrasado, e saí de casa num zás-trás. Tinha encontro marcado com a equipe às sete. Meia hora de atraso e mesmo assim o sorriso acolhedor da Célia e da Sueli dão o primeiro sinal de que está tudo bem. Peço desculpas a elas mas desconfio de que nem era necessário. Estamos praticando o bem-estar até nos pequenos gestos.
A Casa Amarela - Espaço Cultural, baseada nas questões que envolvem o exercício pleno da cidadania, procura, a partir deste ano de 2013, também dinamizar projetos que envolvam a implantação  e gestão de programa voltados para o bem estar. Este conceito soma-se aos outros vetores artístico-cultural, educacional e sustentável, já vivenciados na prática do espaço. Com este novo propósito, várias ações têm sido executadas pelos membros da casa. Exemplo concreto dessas ações foi o que aconteceu neste sábado último, 3 de agosto, quando juntamente com a psicóloga Maria de Fátima Rufino e a naturóloga Andréa de Ferraz Campos, a CA - diga-se, Sueli Kimura, Célia Yamasaki e "euzinho da silva" - desenvolveu um grande cardápio de ações dentro da EMEF Prof. Alex Martins Costa, na Cidade A. E. Carvalho, zona leste da capital. 
Foi a partir de um convite de Inês Santos, coordenadora pedagógica da escola, que pudemos apresentar e vivenciar momentos únicos de integração e troca de saberes com mais de trinta professores. Todos puderam experimentar o cardápio preparado especialmente para a data, com a ludicidade proposta nas danças circulares, uma pequena introdução aos conceitos e práticas de alguns movimentos de Pa Tuan Chin e Yoga (orientais), apresentação de estudos arquetípicos das deusas Afrodite e Athena e o deus Apolo (mitologia grega) e, por último, uma inusitada degustação de patê de tofu, iniciação sutil aos princípios da sustentabilidade aplicados à gastronomia diária.
Declamando o poema Empate, de minha autoria, dei o pontapé inicial, apresentando, a seguir, apresentei um pouco da história da Casa Amarela enquanto espaço de fomento, difusão e produção cultural, artística, educacional e sustentável. O próximo passo foi convidar Sueli Kimura para explicar um pouco dos conceitos de bem-estar que a CA está promovendo através de suas ações. Após isso, Andréa Ferraz fez uma pequena introdução do universo dos movimentos do Pa Tuan Chin, prática oriental que trabalha o elo entre mente e corpo. Neste momento, percebia-se ainda o nervoso latente entre alguns e os travamentos naturais para envolver-se de vez na atividade.
Fátima Rufino sucedeu Andreia e fez uma explanação sobre a mitologia grega e como os valores simbólicos permanecem no senso comum e nas práticas cotidianas de todos. Após a apresentação da história e dos arquétipos de Afrodite, Athena e Apolo, foi proposto um exercício de identificação com suas permanências e simbologias nos dias atuais. Neste momento já percebia-se um envolvimento maior entre todos.
A programação seguiu seu curso agora com meditação a partir dos preceitos da Yoga. Momento de muita introspecção mas de ganhos irreversíveis para cada um dos presentes.
Um hilário momento de descontração, vivido dentro da informalidade das danças circulares, foi o penúltimo ato, antes antes que todos pudessem provar o delicioso patê de tofu preparado com ervas orgânicas, que foi muito apreciado, em repetidos elogios.
Quando, enfim, por volta do meio-dia, começamos a trocar abraços, cartões, endereço no Facebook e outras formas de contato, sabíamos que tinha acabado, ao menos por enquanto. Saímos. Lá fora o sábado brilhava sob um sol intenso. Sob todos os aspectos, o dia realmente estava ganho.


Texto de Escobar Franelas
Fotos de Sueli Kimura / Célia Yamasaki

Alessandro Buzo é o próximo convidado para o Sarau da CA

Escritor, cineasta e apresentador de tv, com uma carreira sempre ascendente em pouco mais de 10 anos, Alessandro Buzo figura hoje no panteão dos grandes líderes que surgiram no movimento periférico deste início de século.
Autor de livros como O Trem e Guerreira, criador e apresentador (junto com o artista visual Tubarão Dulixo) do Sarau Suburbano Convicto, que acontece toda terça às 19:30 na livraria homônima no bairro do Bixiga, articulador do evento Favela Toma Conta, diretor do jornal Boletim do Kaos, diretor de filmes como Profissão MC, apresentador de um quadro sobre produção na periferia, dentro do programa SPTV (Rede Globo) todo sábado ao meio-dia, Buzo é o próximo convidado do Sarau da Casa Amarela, no dia 25 de agosto próximo, a partir das 15h. Na oportunidade, o convidado também estará lançando  o livro Profissão MC e haverá distribuição gratuita do último número do Boletim do Kaos.
O sarau, organizado pelo poeta e produtor Akira Yamasaki,  acontece mensalmente na Casa Amarela - Espaço Cultural (r. Julião Pereira Machado, 7, Pq Sônia, São Miguel) e traz sempre um convidado especial que divide o microfone aberto com outros interessados em declamar poemas ou cantar e tocar alguma música. Por ser um organização sem fins lucrativos e viver sem aportes, financiamentos ou patrocínios, a CAEC também tem à disposição do público um pequeno sebo com livros e cd´s novos e usados, e uma geladeira carregada de cerveja, tudo para venda aos interessados. O espaço também registra atualmente uma exposição de arte visual de Éder Lima e Lígia Regina, além de ser local de ensaios e apresentação de dois grupos teatrais. Também recebe mensalmente o projeto Blablablá, que discute a produção cultural na periferia, e a gravação do Programa Marginal, uma web-série de entrevistas.